917 Diaries

by Fernanda Brandao

Tuesday

19

November 2013

Entrevista: Ana Siqueira

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A  entrevistada dessa semana é a artista e talentosa maquiadora brasiliense Ana Siqueira.

Se me pedissem para dizer como eu a vejo, diria que ela passa uma rara e admirável autenticidade, resiliência e uma enorme paixão por seu trabalho. Acho que é uma combinação bem importante e que faz da Ana uma profissional de sucesso e uma pessoa a ser admirada. Vocês conseguirão constatar isso nessa entrevista.

Para todos nós que somos de Brasília, acho que não tem como não ficarmos orgulhosos de ter uma artista explorando de forma tão bonita e criativa a obra de Athos Bulcão (veja algumas imagens abaixo de seu projeto Habitathos). No meu caso, ainda tem um motivo ainda mais especial, pois a quadra 308 Sul – a da Igrejinha – tem um significado muito importante para mim por ter sido onde eu, e também os meus avós, moramos antes de nos mudarmos para Belo Horizonte. Para mim, ela está eternizando, através de sua arte, um pouquinho da minha história naquele lugar.

Espero que também curtam bastante – além de sua história, claro – as fotos do projeto Habitathos, as imagens de moda e maquiagem e as várias dicas bacanas com os cantinhos preferidos da Ana aqui na cidade.

Ana, obrigada pela entrevista para o 917 Diaries, foi um enorme prazer e te desejo cada vez mais sucesso!

 

Você é uma artista-maquiadora. Conta um pouquinho sobre o seus projetos e como costuma ser um dia típico de trabalho seu aqui em NY.

Eu trabalho com moda e comercial, além do projeto Habitathos.  Editorial de moda, e vídeo, printing, comercial, assim tipo, vida normal de maquiadora.

O trabalho com moda consiste em maquiagens mais ousadas, com embelezamento mais definido, muito olho esfumado, cores ousadas e inclusive maquiagens “não usáveis” no dia a dia, coisas mais conceituais no mundo da beleza.

No mundo comercial, a grande arte está em fazer uma boa pele, um visual saudável e com beleza sutil. As palavras de ordem são natural, acreditável, invisível – especialmente com o avanço na tecnologia de filmagem em alta definição. Fazer uma boa pele, ser sutil e minimalista é um desafio para muitos maquiadores, especialmente os que amam maquiagem para moda, porque é uma inversão de valores estéticos. Me sinto sortuda por ser apaixonada pelos dois mundos, consigo ligar e desligar a “maquiagem dramática” e inclusive acho que fazer uma boa pele e maquiagem invisível (a famosa ” ‘no makeup’ makeup”) é uma arte. Então eu transito principalmente, em três mundos da maquiagem: artística, de moda e comercial.

Independentemente do tipo de trabalho que eu faça aqui em NY, na maioria das vezes, começa bem cedo. Envolve uma boa dose de preparação de conceitos e organização do meu kit no dia anterior, levar malas pesadas pra cima e pra baixo na cidade, ficar muitas horas em pé, as vezes trabalhar sem poder parar para comer ou ir ao banheiro (principalmente com moda) e com pressão de tempo para executar muitos looks em uma sessão só. É uma exaustão gratificante, e eu amo tudo isso. Bom, exceto, talvez, carregar o kit pesado quando eu decido me locomover de metrô.

Como foi que surgiu o projeto Habitathos?

O projeto, assim como ele está, surgiu em abril desse ano. Eu fiz o piloto ano passado, com um outro fotógrafo, e não fiquei muito satisfeita com a parceria e o conceito e quis mudar. Chamei o Celso Júnior, um fotógrafo mais intimista e que eu conhecia melhor. Também mudei o conceito e o enquadramento. Coloquei as fotos mais perto e chamei pessoas reais, pois antes eu estava fazendo com modelos. Agora estou fazendo com pessoas reais. Eu também acabei mudando o nome do projeto para Habitathos.

E como nasceu essa idéia de fazer esse projeto? De onde veio essa inspiração?

É uma piração, eu acho. É vida e arte; colocar as pessoas mescladas com o ambiente. A inspiração veio das obras do Athos [Bulcão], que é a melhor pessoa do mundo pra fazer isso, pois sua obra é geométrica, tem padrão… E eu sou pirada na obra do Athos, eu acho muito lindo. Essa coisa minimalista, grafista é uma das maiores influências em minha noção de design. Eu realmente acho lindo e acho que é pouco valorizado.

Eu conheci poucas pessoas que eram muito apaixonadas pelo Athos Bulcão. Conheci arquitetos e pessoas que tem uma noção de arte e sabem o quão genial ele era, mas ao mesmo tempo via muita gente que ignorava as obras dele. Gente que trabalha em um lugar que possui obras dele, pessoas que moram ao lado de uma obra do Athos, outros que passam todo dia por uma obra dele e não sabem de quem que é. Muitos não fazem ideia de que ele é um dos únicos azulejistas no mundo que usa esse modernismo e o grafismo como ele usa. Ele era genial! Ele até tem um discípulo, o Alexandre Mancini, de BH. Mas o estilo dele já é um pouco diferente. A obra dele é meio como um caleidoscópio, mais ou menos. Ou seja, é inspirada mas é diferente. Igual ao Athos, não tem, não existe. E as pessoas não valorizam tanto, e quando eu mostrava o Athos Bulcão aqui nos Estados Unidos, as pessoas piravam! “Nossa, o que eh isso? É uma parede?” E eles ficam alucinados aqui.

Obs: Cliquem nas imagens para vê-las ampliadas

Qual foi sua intenção com esse projeto?

Com esse projeto eu quis trazer as pessoas para dentro da obra, pois acho que é a melhor forma de expressar o que as pessoas sentem por essa obra. De ser ela, de estar com ela, de tê-la, de estar lá… sabe? Então eu decidi pintá-la.  Tirar uma foto e pintar. E eu selecionei essas pessoas para tentar casar com o conceito do painel. E quando eu faço, eu acho que fica bonito. (Risos)

Você é formada em Psicologia. Como foi essa transição para a maquiagem?

Eu acabei fazendo psicologia no Brasil e gostava e tal, só não gostava muito da perspectiva de trabalho. Na época eu pensava em fazer o PhD aqui. Só que quando eu estava para me formar, eu me apaixonei por maquiagem. Eu trabalhei com psicologia, fiz todos os estágios e mais um pouco da graduação e da pós que eu fazia ao mesmo tempo em Neuropsicologia. Ai eu fiquei pensando que ia demorar muito pra me formar no PhD e que seria muito repetitivo (o currículo da minha graduação era 80% igual ao do PhD aqui nos EUA, por incrível que pareça). Com o surgimento da maquiagem no meu campo de interesses, eu pensei em trabalhar com isso enquanto estivesse fazendo o doutorado. Na época, me convenci de que seria “temporário”, só pra me autorizar a sair do campo no qual eu tinha formado e investido tanto.

Nessa época,  eu estava estagiando na área de psicologia, só que, para mim, era muito entediante fazer as mesmas demandas num cubículos. Eu sabia que a longo prazo ia me entediar muito, apesar de amar o que eu estudava. Meu ramo era de Neuro-Psicologia, era bem legal de estudar e pesquisar. Era bem desafiante, mas a clínica era enfadonha e repetitiva. Não era de se estranhar que, apesar de eu gostar da área na teoria, a parte prática era desanimadora. Eu sempre me arrastava para o trabalho.

Eu queria socializar mais e trabalhar com uma equipe, ter desafios diferentes. Queria uma coisa mais social e diversificada. Meu lado artístico sempre foi gritante, mas nunca tinha tido validação pra olhar para ele como algo vocacional. Minha matéria preferida era artes [e biologia, igualmente], e olhando para trás, quando eu vejo as minhas notas no colégio nessa matéria, elas eram as notas mais altas que eu tinha. Só que nessa época, nem eu nem ninguém interpretou isso como sinal para uma carreira. Eu tive que me dar essa autorização, porque na sociedade brasileira em que eu cresci, ser artista não é nem opção. A única pessoa que viu meu lado artístico logo cedo, foi minha professora da primeira série, Miss Ilona  – mas ela era canadense. Entre os meus 14 e 16 anos, ela me chamou para dar aulas de arte uma vez por ano junto com ela.  Durante uma semana, eu dava aula para os alunos de primeira série da minha ex-escola, a Escola das Nações.

Você mencionou no seu site que quando o Guilherme seu irmão abriu a MAC em Brasília, que isso foi umas das coisas que te influenciou a olhar a maquiagem de novo…

Quando eu era criança, eu brincava muito com isso. O clichê é verdadeiro para mim também! (Risos)  Eu lembro que uma das minhas melhores amigas, quando eu tinha uns 9 anos de idade, me deu um presente de natal falando que não sabia o que me dar, mas que tinha preparado uma sacolinha de maquiagem, pois sabia que eu gostava muito. Foi quando eu percebi que eu realmente gostava muito de maquiagem, apesar de só brincar com ela e de não usar em mim. Até hoje uso pouco. O tempo todo eu queria brincar de maquiar as minhas amigas. E eu recuperei isso quando o Guilherme abriu a MAC. Isso e o fato do Youtube começar a ter maquiadores fazendo vídeos ensinando maquiagem. Eu morava numa chácara em Brasília com meu pai e não tinha internet em casa (nem de celular, já que o sinal era péssimo). Eu baixava os vídeos do YouTube na academia, enquanto eu malhava e depois assistia em casa antes de dormir. Comecei a fazer isso em 2008 e faço, religiosamente, até hoje. Eu queria aprender para trabalhar na loja dele, mas minha ambição pulou essa parte e me levou mais longe.

E como foi a mudança para NY e o novo foco profissional?

Eu já tinha feito um curso lá no Brasil (SENAC) e já estava com a maquiagem aparecendo mais na minha vida. Estava trabalhando low-profile com isso e fazendo para amigas e pessoas conhecidas. Ai eu vim pra cá e fiz um curso na MUD (Make-up Designory). Comecei, então, a trabalhar com moda e com comercial. É uma verdadeira batalha, se estabelecer em outro país e em outra carreira ao mesmo tempo. Ser freelancer é libertador, mas muito difícil aqui nos EUA. Tudo aqui gira em torno de conseguir provar uma renda alta e ter bom crédito. Chegamos aqui sem histórico de crédito, sem renda (só dinheiro economizado), lidando com as mudanças culturais, tentando abrir portas de oportunidades. Tudo ao mesmo tempo. É uma construção que exige muita fibra para se estabilizar. O mercado aqui é hiper competitivo na minha área, cada detalhe bem cuidado é um diferencial necessário para ter uma chance. Se eu não fosse organizada, perseverante e não tivesse finanças bem planejadas para aguentar a transição, não seria possível aguentar a intensidade de NY.

Como foi sua experiência quando você realmente começou a trabalhar com maquiagem? Era o que você esperava?

É cinquenta mil vezes mais desafiante do que eu esperava!  Em termos de concorrência de mercado, NY é imbatível, eu acho. Tem muita gente ruim, e essas muitas pessoas ruins da área fazem com que você tenha um pouco mais de dificuldade de mostrar o diferencial, porque as agências, os empregadores, e os clientes estão um pouco de saco cheio de ver gente ruim. O fluxo de gente sem capacitação própria e tentando uma chance é tão opressor que cria-se barreiras entre os empregadores e os empregáveis. Então, para você provar que é bom demora mais. Uma oportunidade tem que ser dada e a concorrência é grande. É preciso ter perseverança, foco. Eu tive, e desde o começo eu separei um dinheiro para eu poder investir no material, na divulgação e no branding. Outra coisa que eu vi na aula de business para maquiagem (da MUD) e que me chocou era a ideia de que a moda paga bem.  Perguntaram: “Quanto você acha que a Vogue paga pro maquiador que faz uma capa da Vogue Italiana?”  Ai as pessoas chutavam na minha sala; mil, cinco mil, dez mil!  E ai o professor falou: “200 dólares e olhe lá! Achando bom! É pra cobrir taxi, despesas e uma sobrinha disso é pelo seu tempo.”

Você também é super autodidata em uma serie de coisas. Como você tem aplicado isso como estratégia profissional?

Eu sou muito DIY [Do It Yourself – Faca você mesmo, em tradução livre]. Eu mesma fiz meu logo, eu fiz meu próprio case do meu portfolio, com ajuda de uma amiga para pilotar uma maquina, sou eu que manejo meu site. Então tudo ficou muito coeso e acho que isso foi um diferencial de business mesmo. Eu tive aula de negócios para maquiagem, e essa foi a aula que eu mais achei importante. Foi desafiante? Foi. Mas eu acho que está sendo melhor para mim do que pra muitos que começaram comigo. Eu acho essencial a preocupação com o gerenciamento do meu trabalho; com o marketing, o profissionalismo e todas as outras questões pragmáticas. Eu não coloco no meu portfolio coisa que não esteja em um certo nível. Se não tiver uma imagem bem tratada ou uma modelo bem bonita, eu não coloco. A moda pede isso, então eu acho que ter esse tipo de critério fez toda a diferença. É aí que um bom senso estético ajuda e faz com que o processo de se estabelecer profissionalmente seja acelerado.

O YouTube foi um dos maiores diferenciais possíveis para aprender e entender, principalmente, de tecnologia de arte. Agora eu estou aprendendo a fazer retouching de imagem assim. Assim eu vou expandindo as coisas; de maquiagem pra artista digital. As vezes eu passo um trabalho para umas pessoas e as vezes os resultados não saem como eu gostaria.  Então, assim eu posso fazer eu mesma. Eu gosto muito de aprender, sozinha. Aprendi a fazer vetor, por exemplo, pois tive que aprender a fazer pro projeto. Adoro aprender coisas novas.

Tem algum trabalho, além do Habitathos, que tenha te marcado?

Todos me marcam, na verdade. Eu fico muito satisfeita quando tenho a oportunidade de fazer meninas que eu acho excepcionalmente competentes como modelos e quando posso trabalhar com grandes fotógrafos ou diretores que, além de tudo, são boas pessoas; pessoas excepcionais, que transformam meu dia de trabalho em algo ainda mais agradável. Claro que tive alguns abacaxis também, que me marcaram, como uma cliente que decidiu beber um pouco demais, uma modelo marcada pra um editorial de beleza que faltou. Nesse, eu tive que usar uma outra modelo, depois dela ter sido excessivamente maquiada por outro artista. Esse foi um grande desafio de tempo e capacidade para deixar o rosto dela limpo e conseguir fazer 5 trocas de cabelo e maquiagem para fotos de beleza em menos de 2.5 horas. Há muitas outras histórias de resiliência e improviso. Todos os primeiros trabalhos com novos clientes são muito emocionantes também.

E como é sua relação com a cidade de NY?

Eu amo. Eu acho que já tem um tempo que venho me sentindo bem mais nova-iorquina. A partir do momento que você para de glamourizar a cidade e passa a pensar; “NY is a bit–!” (Risos!) Eu gosto daqui. O maior diferencial aqui é que as pessoas não estão tentando me passar para trás o tempo todo. No Brasil você sempre fica inseguro e na defensiva porque sempre tem alguém interessado e tentando levar vantagem em qualquer coisa. Se alguém, aqui, te perguntar quanto algo custou, a pessoa não supervaloriza ou inferioriza a coisa para parecer algo diferente. Eles falam a verdade, tanto para o bom como para o ruim; as vezes é até cruel.

Profissionalmente, também é muito bom nesse sentido. As pessoas sabem dar feedback aqui. Elas aceitam o feedback e não levam pro lado pessoal tanto assim. Tem muito mais meritocracia do que no Brasil. No Brasil tem muita diplomacia. Lógico que QI (Quem Indica) e nepotismo existem aqui, mas não é a mesma coisa. Aqui eles pedem para ver o seu trabalho, você passa 3 meses trabalhando de graça como estagiário, e se gostarem, eles realmente devem te contratar. Não é um abuso do estagiário. Essas pequenas diferenças na moral e na ética da pessoa fazem diferença. Estou longe de ver os Estado Unidos como lugar perfeito, mas eu gosto muito de morar aqui, principalmente por causa dessa questão profissional.

Além do projeto [Habitathos], quais são seus próximos passos? O que mais podemos esperar?

Esse é um projeto muito muito grande, na verdade. Ele envolve várias etapas e depois que terminá-lo eu estou planejando o lançamento de um livro. Se Deus quiser e se o financiamento sair. Toda hora ele fica maior, toda hora ele cresce e tenho que colocar mais uma pessoa no jogo. E fazer isso de outro pais é bem desafiante. E por mais que eu possa contar com outras pessoas, ninguém cuida tanto quanto eu. Então é bem desafiante. Depois que o projeto acabar, eu acho que eu vou investir em outros projetos e ideias. Eu ainda não posso falar, senão alguém rouba as minhas ideias. (Risos)

Mas você planeja continuar aqui e fazer projetos daqui de NY?

Sim, eu planejo fazer projetos aqui. Esse negócio de fazer projeto em outro pais é cansativo e mais lento. Eu quero experimentar fazer algo aqui porque acho que deve ser mais rápido e mais fácil. Para fazer lá no Brasil, eu tenho que estar lá pra fazer as conexões com as pessoas, para conversar com a pessoa, pegar as autorizações nas instituições; tem que ser bem mão na massa mesmo. Apertar a mão de uma pessoa e mostrar o que o projeto realmente é.

Quais são os seus lugares preferidos na cidade?

Restaurante, eu gosto de uma salada violenta no Burger 67 [no Brooklyn] que custa 7 dólares! É a melhor salada da minha vida, com o alface mais fresco e o molho mais gostoso. Tem um Tailandês  que é muito bom, o National – cozinha de chefe mesmo e barato. Essa é a vantagem do Brooklyn né? Em Manhattan tem o Angelo’s. Eles tem uma torta de frutti di bosco que eu conheci com 16 anos. Eu falei dela para, pelo menos, umas três pessoas e essas pessoas comeram e ficaram fãs. Uma delas até tirou uma foto para mim! E toda vez que eu vou, eu peço essa torta e falo com as pessoas. É muito bom, eu recomendo muito. Tem um prato de frutos do mar com lagosta e camarão muito bom. Eu não gosto de frutos do mar, mas eu como esse.

Ayurveda Cafe no Upper West Side, eu também gosto. Possui um menu fixo, em que você paga 13 dólares e você come comida ayurvédica, e é uma experiência bem interessante. Bar Pitti no West Village tem comida italiana gostosa, o Caracas Arepas Bar em Williamsburg tem comida venezuelana fantástica (um sanduiche que leva carne, feijão e banana!), Crif Dogs é o melhor cachorro quente de NY e MonoMono é um Korean Barbecue com decoração muito legal e o melhor Mojito do mundo.

Arepas Williamsburg, Bar Pitti e MonoMono

Tem um lugar para sair, dançar e escutar musica, que é o The Back Room no Lower East.  Esse é escondido. É um speak easy, com decoração dos anos 30, onde eles te servem bebida em uma caneca de chá, cerveja no mug… É bem legal! Eles tem dançarinos frequentando o lugar. Eles dançam horrores e ensinam a pessoa a dançar.  Eu só vou na segunda-feira, que é quando a banda de um amigo toca lá. O lugar é lindo e muito legal. Já fui outros dias da semana, mas não é a mesma coisa que segunda-feira. Outros lugares legais [todos no Brooklyn]: Bell House, Union Pool, The Gutter, Brooklyn Bowl… Em Manhattan tem o Trash Bar, Fat Cat e o Beauty Bar. Tudo isso é muito rock n’ roll. Não vou pra clubs, sou do rock.

Para passear, eu gosto muito da área de Morgantown em Bushwick e Greenpoint – moraria nos dois tranquilamente. Tem muitos Lofts Industriais lá, espaçosos… Colocaria meus quadros na parede e ficaria olhando para eles e decidiria os tamanhos melhores. Eu gosto muito de andar de bicicleta, então meus lugares de andar de bicicleta passam a ser lugares preciosos. As vezes eu vou pro Queens de bicicleta e eu volto por Williamsburg e Greenpoint. Em termos de parque eu gosto do Brooklyn Bridge Park.

Adoro ir pro Brooklyn Heights ao entardecer e ver o interior das casas, que são “state of the art”, com muito bom gosto. Nada brega. Eu também babo nas “fruit streets” no Brooklyn (Pineapple, Cranberry e Orange Streets) acho fantástico.

Brooklyn Bridge Park

E quando você quer sair um pouco daqui, um weekend getaway, não muito longe…

Eu quase nunca saio daqui. Eu gosto de sair, eu gosto de passear, mas eu não gosto muito de estrada e carro, isso eu realmente detesto.  No verão eu acho que eu gosto de ir para praia, então pego o metro e vou. Eu ia pra Rockaway Beach, na parte do Fort Tilde, mas desde o furação Sandy está fechada.

Meu getaway na verdade é ir para o Brasil. Se eu estou estressada, eu vou ver minha família. Vou lá e faço meus painéis. Esse ultimo abril eu passei o mês todo lá e fui e retornei rapidamente em Julho para fazer a capa da GPS e meu irmão no Itamaraty. Mas depois de um tempo, eu já começo a ficar com saudade daqui. O tempo ideal para ficar no Brasil, eu acho, são 21 dias no máximo.  Quando dá 17 eu começo a ficar homesick. Mas eu preciso estender ao máximo, para produzir. Com 21 dias eu ainda estou mentalmente sã, mas mais do que isso eu começo a sofrer. Da próxima vez, que será em fevereiro, quero tentar fazer o máximo de painéis em 20 dias. Deve dar pra fazer uns 5-6 painéis.

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